segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

FILHOS DE QUEM?

Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: 
Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a 
Abraão. (Lucas 3:8) 


O apóstolo Pedro escreveu: Amados, escrevo-vos agora esta segunda carta, em ambas as
quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero (2 Pedro 3:1). A intenção de Duanne
Troyer ao escrever esta carta foi de despertar o ânimo sincero no coração ou na mente do
povo de Deus, especialmente os irmãos entre os descendentes dos anabatistas que tentam
preservar a fé dos nossos antepassados (NT Amish, huteritas e menonitas) mas é de grande
valor para quem se encontra seguindo o sistema de um grupo/ denominação que no passado
deu um testemunho fiel e por isso pensa está seguindo o mesmo caminho desses
antepassados.
O homem quase sempre é capaz de reconhecer o povo de Deus que viveu no passado, mas
de alguma forma, reconhecer o povo de Deus que vive hoje, não é tão fácil. Sempre foi assim e
sempre será. Nathaniel Howe expressou isso dessa forma: "O caminho do mundo é louvar
santos mortos e perseguir os santos vivos."
Jesus encontrou este problema entre os líderes religiosos durante seus dias na terra. Em
Mateus 23:29-3, Ele diz: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os túmulos dos profetas e adornais os túmulos dos justos, e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de
nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas. Então vocês
testemunham contra vós mesmos que sois filhos dos que assassinaram os profetas. "
Quando os escribas e fariseus liam os livros do Antigo Testamento, era muito fácil para eles
fazer a distinção entre profetas justos e verdadeiros dos filhos do diabo, que rejeitaram os
profetas justos. E os fariseus tinham certeza de que eles estavam mesmo de acordo com os
justos. Eles tinham certeza de que, se os profetas do passado pudessem de alguma forma
entrar em seu próprio tempo, certamente se dariam bem. Mas eles não puderam identificar os
profetas justos e verdadeiros que estavam entre eles em pessoa e, portanto, os rejeitaram.

Da mesma forma, quando os líderes das Igrejas ligadas ao Estado na Idade Média e da época
da Reforma liam os evangelhos e o livro de Atos, era muito fácil para eles verem que Jesus era
o Cristo, João Batista era um verdadeiro profeta, e que os seus discípulos eram justo. Eles não
tinham nenhum problema em ver que os escribas e fariseus que rejeitaram Jesus, João e os
apóstolos, eram filhos do diabo. Esses líderes da igreja do estado tinham certeza de que se
tivessem vivido no tempo dos apóstolos, teriam perfeita comunhão com eles. Eles tinham
certeza de que se os apóstolos pudessem de alguma forma entrar em seu próprio tempo,
Pedro, João, Paulo e outros, teria se dado muito bem. Mas eles não puderam identificar os
profetas justos e verdadeiros que estavam entre eles em pessoa e, portanto, os rejeitaram.

Quando nós, os descendentes dos anabatistas, lemos sobre o renascimento da Reforma, é
muito fácil para nós ver que os anabatistas foram a seu tempo a verdadeira Igreja e os
seguidores de justiça do Cordeiro de Deus. Também facilmente reconhecemos que os católicos
e os protestantes que rejeitaram e perseguiram os anabatistas eram filhos do diabo. Estamos
confiantes de que, se tivéssemos vivido naquela época estaríamos de acordo com os
anabatistas. Estamos confiantes de que, se os primeiros anabatistas pudesse de alguma forma
entrar na nossa terra e em nossos tempos, Conrad Grebel, George Blaurock, Hans Hut e
outros, com certeza daríamos as destras de companheirismo. Mas podemos identificar os
profetas justos e verdadeiros entre nós hoje? Ou nós já os rejeitamos?

Este é o problema de ter uma visão 20/20, quando olhamos para o passado, mas ser
totalmente cegos para as situações deste tempo, não um problema para certas pessoas em
determinados momentos e em determinadas regiões. É um problema universal e perpétuo. Na
verdade, quanto mais eu olho para o que aconteceu e o que está acontecendo, mais eu penso
que quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas!

Isaías, Jeremias e Ezequiel eram poderosos profetas de Deus. Ninguém pode negar! Mas a
verdade é que esses mesmos profetas fizeram alguns atos muito peculiares. Imagine só ter
vivido em seus dias, se puder. Você teria visto um desses homens andando descalço e nu por
três anos (Isaías 20). Ou você poderia ter visto um deles construir uma maquete de Jerusalém
com tijolo, com uma panela de ferro, e alguns outros objetos. Então você teria visto ele deitado de lado junto a este estranho conjunto de objetos. Todos os dias que você passasse
por ali, lá estaria este homem, sem nunca se virar de um lado ao outro. Por 390 dias
permanece deitado de lado esquerdo. Então ele se levanta e volta se deitar sobre o seu lado
direito e lá permanece prostrado por mais 40 dias. E durante esse ano e dois meses que ele
passou lá, sob todos os tipos de clima, você teria notado que ela só come pão de cevada
preparado com esterco por ele mesmo. (Ezequiel 4).

Ou talvez você teria visto um homem jovem de pé na porta da cidade, por onde todo mundo
passava, chorando, lamentando, e levantou a sua voz, declarando a ruína que estava por vir.
Sua mensagem era tão triste e melancólica que enfraquecia as mãos dos homens de guerra.
Mesmo o pensador mais positivo se tornava pessimista, depois de ouvir este jovem. (Veja
Jeremias e Lamentações).

Que tipo de homens era esses? Eram radicais, estranhos, excêntricos e perturbadores da paz e
da boa ordem. Quem mandou eles fazerem isso? Ou de onde veio sua autoridade?

Também tenha em mente que, entre aqueles que rejeitaram esses santos profetas, houve
muitas pessoas amáveis, houve muitos homens atenciosos e simpáticos, homens que teriam te
ajudado se você estivesse em necessidade, homens que eram muito mais velhos do que os
profetas, homens que desejavam que reinasse a justiça sobre a maldade.

Eu vou deixar você decidir como seria fácil de discernir quem eram os profetas justos e
verdadeiros. De que lado você ficaria?

Nós tendemos a pensar que, se tivesse vivido na Palestina há dois mil anos, teríamos sido
capazes de entender que este homem chamado Jesus era o Filho de Deus, e ter acreditado que
cada palavra que ele falava e cada obra que ele fazia, eram justas e santas. Mas podemos ter
certeza disso? Lembre-se que naquele momento você ainda não sabia que ele iria morrer por
você na cruz e ser ressuscitado a vida novamente. Não havia nada atraente na sua aparência
para você sequer querer chegar perto dele (Isaías 53:2). Houve momentos em que ele estava
visivelmente alterado ou irritado (Marcos 3:05, Marcos 8:12, João 11:38). Muitas vezes Seus
discursos e críticas as pessoas Ele foi qualquer coisa, menos discreto. (Marcos 7:25, Mateus 23,
Lucas 11:39-52). Chingou Herodes de "rapoza". (Lucas 13:32). Um dia, ele se virou e disse a
seus seguidores que eles deveriam odiar seus pais, mães, esposas, filhos, irmãos, irmãs e até a
si mesmos, se eles quisessem ser seus discípulos. (Lucas 14:26). Um dia ele entrou no templo,
e com forte golpe derrubou mesas e cadeiras onde as pessoas estavam sentadas ecom um
chicote e expulsou os animais e as pessoas pra fora do templo, criticando elas. (Mateus 21, Marcos 11, Lucas 19 e João 2). Isso sem falar que, este mesmo homem disse que se não
comermos sua carne e bebermos seu sangue, não poderemos viver. (João 6:53-58).

Que tipo de homem era Esse? Um radical, estranho, excêntrico e perturbador da paz e da
ordem. Quem mandou Ele fazer isso? Ou de onde veio a sua autoridade?

Também tenha em mente que, entre aqueles que rejeitaram o Senhor Jesus Cristo, houve
muitas pessoas amáveis, houve muitos homens atenciosos e simpáticos, homens que teriam te
ajudado se você estivesse em necessidade, homens que eram muito mais velhos do que o
próprio Jesus Cristo, homens que desejavam que reinasse a justiça sobre a maldade.

Agora imagine no mundo de hoje, sim, mesmo em nosso meio, um povo diferente, zeloso e de
boas obras incendiados pela verdade. Um povo cujos pregadores fossem em todos os lugares
para batizar alguém que verdadeiramente se arrependesse, às vezes por imersão, às vezes por
aspersão, a qualquer hora do dia ou da noite, em qualquer estação do ano. Estes homens
estariam nas esquinas das ruas e vielas das nossas vilas e cidades pregando a palavra de Deus a
todos que passassem. Talvez você os veja às vezes com mensagens muito confrontadoras em
público. Até suas mulheres seriam testemunhas da verdade e se forem constrangidas a falar,
não permanecerão em silêncio.

Sua adoração e celebração da Ceia do Senhor seriam freqüentes, em qualquer dia da semana,
a qualquer hora do dia ou da noite. Cantam principalmente canções escritas por seus próprios
membros. Se as pessoas participarem nas suas reuniões apenas precisa entender o idioma
local, que se recusam a aprender alemão ou qualquer outra língua. Qualquer irmão inspirado
pelo Espírito Santo seria autorizado a falar em suas reuniões. Essas pessoas não teriam
nenhum problema moral com trabalhar aos domingos e nem ficam ansiosos por feriados e
férias.

Esse povo iria enviar os jovens por semanas e meses se necessário, deixando em casa esposa e
filhos, para pregar o evangelho aos perdidos.

Essas pessoas têm um grande respeito e estima por sua convicção interna (Que os anabatistas
chamavam de Gemüth), e têm pouco respeito pela voz de uma igreja. Eles rejeitam a idéia de
"convicção em grupo", porquanto entregaram todas as suas "convicções pessoais" para seguir
tudo o que restava: o Gemüth ou "convicção interior" (conhecimento ou Luz da Verdade
dentro de nós mesmos. Ver João cap.1 vs. 9).
 A maioria dessas pessoas seria pobre. Se eles tivessem sido rico em dinheiro e posses, teriam
se tornado voluntariamente pobres. O grupo seria composto principalmente de jovens entre
quinze e trinta e cinco anos de idade.

O que pensaríamos de um povo assim? Não quero dizer, de um povo que mora do outro lado
do globo. Nem mesmo de um povo que tenha vivido no passado. Quero dizer, se vivessem
neste momento, aqui nesse país, bem no meio de nossas comunidades. Alguns seriam de
nosso povo. O que nós pensaríamos deles?

Eu acho que sei o que pensaríamos. O mais provável seria chamar a eles de radicais, estranhos,
excêntricos, individualistas, pietistas, rebeldes, hereges, fanáticos, teimosos, perturbadores da
paz e da boa ordem. De onde veio sua autoridade?

Mas espere um minuto. Isso é exatamente o que os católicos, luteranos, calvinistas e
Zwinglianos chamaram nossos antepassados em 1500! Nos anabatistas foi encontrada cada
uma dessas características que eu mencionei acima. A maioria dessas características foi
justamente o que trouxe medo e alarme para as igrejas do Estado. Eu sei que a maioria das
disputas entre os primeiros anabatistas e os "filhos dos fariseus" girava em torno de temas
como: batismo, sacramentos, juramentos, não-resistência, santa unção, e outros, mas na
maioria das vezes, sabemos que os anabatistas poderiam ter escapado da perseguição e teria
sido concedido o privilégio de manter suas crenças se só tivessem se contentado em ficar
quietos e deixar a pregação e o ensino apenas para o clero da Igreja do Estado.

Oramos por um avivamento em nossa igreja, mas como será esse avivamento? Temos a
certeza de que poderíamos reconhecê-lo? Poderia ser um pouco diferentes do que
imaginamos. Pode não começar com as pessoas que pensamos. Porque Deus é poderoso para
criar, a partir dessas pedras, os filhos dos anabatistas, que são filhos dos apóstolos, que são
filhos dos profetas, que são filhos de Abel, que são filhos de Deus. E, como sempre foi, vão
parecer estranhos, radicais, excêntricos, perturbadores da paz e da boa ordem, aos olhos do
mundo e dos líderes religiosos contemporâneos, que são filhos dos padres católicos, de Lutero,
Zwinglio e Calvino, que são filhos dos escribas e fariseus, Pilatos e Herodes, que são filhos de
Acabe, de Joás, de Zedequias, e do rei Manassés, que são filhos de Caim, que são filhos do
diabo.

Mas por que fazer todo esse alarde sobre podemos ou não reconhecer o povo de Deus? Jesus
não diz simplesmente, "pelos seus frutos os conhecereis"? Não são os frutos do Espírito: amor,
alegria, paz, etc.? Na verdade, isso é verdade. Mas se nós confiamos em nosso próprio
entendimento de como é o Amor, Alegria e Paz de Deus, estaremos usando um raciocínio pobre, e o mais provável é que tenhamos outro ponto cego aí. Jesus é o nosso modelo
perfeito. Quando derrubou as mesas, chamou pessoas de serpentes e raça de víboras, e
chamou Herodes de raposa, aqueles sim eram os frutos do Espírito em ação.

Ou talvez você esteja se perguntando se faz algum sentido ou se é relevante nos perguntar se
estamos ou não reconhecendo os santos de nossos dias. Eu serei o primeiro a admitir que
vivemos em tempos perigosos, e que existem muitos falsos profetas e anticristos. Mas pela
autoridade das Escrituras posso garantir que todo aquele que rejeitar, evitar, abandonar ou
excomungar os filhos de Deus, fez o mesmo com o próprio Senhor Jesus Cristo (Atos 9:4-5,
Mateus 25:40, Provérbios 14 : 31, Hebreus 6:10). Temos também a incrível história em 3 João
9-11, sobre Diótrefes que amava a preeminência e não recebia ao apóstolo João, e/ou irmãos.
João simplesmente o chama de mal.

Os primeiros anabatistas viram os católicos e reformadores como a Grande Prostituta da
Babilônia. Quando olhamos para trás, vemos que é muito fácil de ver que realmente eram.
Agora, eu não pretendo ter um conhecimento perfeito do Livro de Apocalipse, mas aqui eu
quero dar algo para se pensar. Os católicos e os protestantes em 1500 não eram a prostituta
da Babilônia, batizando crianças, fazendo juramentos, ou adorando ídolos. Foi a Prostituta da
Babilônia porque estavam embriagados com o sangue dos santos e do sangue dos mártires de
Jesus. A prostituta da Babilônia, em Apocalipse 17, é a mãe. Isso significa que ela tem filhos.

Eu acho que desde a época de Caim e Abel à segunda vinda de Cristo, cada geração teve, tem e
terá o seu próprio dragão, sua cavalgadura, e sua própria Babilônia, a Grande, que faz guerra
contra o Cordeiro, contra as mulheres e contra o resto de seus filhos, que são aqueles que
guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus (Apocalipse 12).

Você notou que a última parte: e têm o testemunho de Jesus Cristo. Aqueles que andam no
caminho Ele andou. Aqueles que estão dispostos a beber o cálice que Ele bebeu e ser
batizados com o batismo que Ele foi batizado. Aqueles que, como seu Mestre, amam a justiça
e odeiam a iniqüidade. O mundo está cheio de pessoas boas, pessoas sensatas e amigáveis. No
entanto, as mesmas pessoas opor-se à cruz de Cristo.

Se você acha que é difícil discernir quem são os discípulos de Jesus Cristo hoje, então coloque
imediatamente toda a armadura de Deus. Fixe seus olhos em Cristo Jesus e continue lutando
contra inúmeros inimigos. Contra a vontade da carne, contra os desejos dos olhos, contra o
orgulho da vida, contra si mesmo, contra o seu próprio egoísmo e contra o seu "eu" contra pai,
contra mãe, contra irmãos, contra irmãs, contra mulher, contra filhos, contra terras, contra o
mundo, contra os seus amigos, contra os líderes religiosos em torno de você, contra os teólogos, contra o patrimônio, contra a honra, contra a opinião popular contra o pensamento
positivo, contra a ansiedade, sem medo, sem olhar para trás, sem olhar para a esquerda, sem
olhar para a direita, até que a tua mão grude na espada lutando assim, e cada inimigo seja
derrotado.

Em seguida, rapidamente descobrirá que os filhos da serpente estarão à espreita de sua alma.
Reconhecerá também seguidores do Cordeiro, que vão lhe trazer uma doce comunhão.

E repito o conselho que Ana Rotterdam deu a seu filho em 1539: "Quando você encontrar um
rebanho pequeno e simples, pobre, desprezado e rejeitado pelo mundo, junte-se a eles,
porque onde nós ouvimos da cruz, lá está Cristo, portanto, nunca se afastam deles."

Se esse caminho parece estreito demais, difícil demais, muito duro ou de muita solidão, então,
escolha hoje a quem você vai servir. Mas não comece a dizer a si mesmos, uma mentira como
tenho os anabatistas por pais. "Pois os anabatistas, por sua vez, estavam dispostos a tomar a
sua cruz e andar por este caminho estreito, o caminho encontrado por tão poucos e trilhado
por muito menos ainda. Este caminho, que foi inaugurado pela primeira vez pelo Nosso
Afligido, Rejeitado, Acusado falsamente, e Ensanguentado Senhor e Salvador, Jesus Cristo. E
ele ainda te chama: "Segue-me".

 -By Duanne Troyer
www.aigrejaprimitiva.com.br

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